Sumário Cronológico da Vida de Francisco de Assis
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Sumário Cronológico da Vida de Francisco de Assis

Ano

Acontecimento

1181

Francisco nasce em Assis na Umbria, Itália. É baptizado com o nome de João, no entanto, o pai ao regressar de uma viagem de negócios a França, muda-lhe o nome para Francisco. A família Bernardone vivia da riqueza gerada pelos de tecidos que Pietro, o pai de Francisco negociava. Dona Pica era sua mãe e Ângelo seu irmão.

1193

Clara nasce em Julho, no dia 18, na família Offreduccio, nobre e abastada.

1198

Na primavera os habitantes de Assis cercam a fortaleza da Rocca, símbolo do poder imperial, e destroem-na.

1199 a 1200

 

Guerra civil em Assis, entre a nobreza e a burguesia. Esta vence a guerra e funda-se a Comuna.

1202

Em Novembro rebenta a guerra entre Assis e Perugia, cidade próxima. Francisco luta, como muitos jovens da sua idade, sonhando com as glórias de um cavaleiro bem sucedido na arte de guerrear. Na batalha da ponte de S. João, Francisco é feito prisioneiro e levado para Perugia.

1203

Francisco, enfraquecido e doente, é libertado e regressa a sua casa em Assis.

1204

Recuperação gradual e lenta do jovem de Assis.

1205

Na perseguição do seu sonho de se tornar um jovem cavaleiro coroado de glórias, Francisco ingressa no exército do Papa. Arma-se com toda a pompa e parte na companhia de alguns outros jovens de Assis. Em Espoleto, onde pararam para pernoitar, Francisco tem uma visão em que Deus lhe transmite que deve voltar e servi-lo a Ele (o Senhor) e não ao Papa (o servo).

Nesse verão, a transformação espiritual acentua-se no interior de Francisco. O nosso jovem era o líder da juventude de Assis. Era alegre, bondoso e rico. Participava em muitas festas, ruidosas, que por certo incomodavam alguns habitantes de Assis. Ele e seus amigos interrompiam o silêncio das noites cantando pelas ruas da cidade e dedicando serenatas às jovens da sua preferência. Mas algo tinha mudado em Francisco, desde aquela visão em Espoleto. As festas e jantares com os amigos deixaram de fazer sentido e a pouco e pouco foi-se desinteressando, para espanto de todos em Assis.

Francisco, adquiriu então o hábito de procurar refúgio no meio da natureza que rodeia as muralhas da cidade, onde passava horas em oração e meditação. No fim do ano, aconteceu que ao voltar de seus retiros, Francisco parou na capela de S. Damião que jazia em ruínas no meio do campo a cerca de 3km da cidade. Francisco entrou e fez as suas orações a um crucifixo bizantino, quando ouviu: "Francisco, vai e reconstrói a minha casa, quase a cair em ruínas". E assim fez.

Francisco, vende alguns tecidos do pai e oferece o dinheiro ao padre de S. Damião que, com receio de Pietro Bernardone, recusa. Francisco, revolta-se e promete a si mesmo nunca mais tocar em dinheiro. Foi o divórcio, que levou a cabo até ao fim do seu tempo. 

O pai de Francisco toma conhecimento das transformações pelas quais Francisco passava e tenta demovê-lo. Sem sucesso, pai e filho entram em conflito.

1206

Pietro acusa publicamente o filho, que entretanto abandonara o conforto do seu lar para viver na capela de S. Damião.  Num julgamento eclesiástico, na Praça de Stª Maria, Francisco perante o bispo de Assis, seu pai e todo o povo, renunciou à vida que até aí tinha levado, a seus bens e ao próprio pai. "De hoje em diante não chamarei meu pai a ninguém deste mundo, mas só Àquele que está no céu." Francisco despiu-se e entregou a seu pai as próprias roupas do corpo, num gesto de rompimento com a vida que até aí tinha vivido. Aqueles que o chamavam de louco, choraram nesse momento. O bispo D. Guido chorou e mandou que trouxessem um tabardo para vestir Francisco que tiritava de frio. Francisco parte para Gúbio.

Em meados do ano, regressa a Assis, adopta o hábito dos eremitas e inicia a reconstrução de S. Damião.

1207

A partir do verão e até ao princípio do ano seguinte, restaura S. Damião e uma capela dedicada a S. Pedro. Um dia descobre no meio do campo, a cerca de 5km de Assis uma pequena capela dos beneditinos conhecida por Porciúncula (Pequena Porção) e também por Santa Maria dos Anjos, já que a população acreditava quase unanimemente que nas noites de Natal um coro de Anjos era ouvido para os lados da Porciúncula. Dedica-se também à reconstrução desta capelinha com cerca de 7m de comprimento por 4m de largo.

1208

No dia 24 de Fevereiro, na Porciúncula, ao ouvir ler o Evangelho da festa de S. Matias, Francisco descobre a vocação da pobreza evangélica. A primeira decisão que toma é mudar o hábito, adoptando uma simples túnica, presa pela cinta com uma corda.

Inicia o trabalho de evangelização, pregando pelas ruas e praças de Assis.

No dia 16 de Abril, Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani juntam-se a Francisco. Bernardo era um dos homens mais ricos de Assis proveniente de uma família nobre e tradicional. Vende todos os seus bens, e com o produto de tal acto distribui pelos pobres. Este acto chama a atenção de todos em Assis, que consideram que a loucura de Francisco havia contagiado os seus novos companheiros. Oito dias depois, Gil (Egídio) outro candidato junta-se ao grupo. Dão início à sua primeira missão, durante a qual Francisco e Egídio percorrem a Marca de Ancona.

No verão, três novos elementos vêm juntar-se ao grupo que crescia. Filipe é um deles e passa a fazer parte da fraternidade que dava os primeiros passos. Uma segunda missão tem lugar no fim do ano, tendo os sete ido a Póggio Bustone e percorrido o vale Riéti. Novo candidato, terceira missão em que partem os oito em grupos de dois. 

1209

No regresso à Porciúncula, onde entretanto se estabeleceram e levavam uma vida simples e dedicada ao crescimento interior e ao amor ao próximo, encontraram mais quatro novos candidatos a ingressar no grupo. Em virtude do constante aumento do grupo, Francisco decide redigir a Regra, um breve conjunto de princípios e orientações que cada elemento do grupo deveria seguir na sua vida. Decide então obter o acordo do Papa na vida de pobreza evangélica que levava o seu grupo. Parte para Roma, com os seus onze companheiros para submeter a sua Regra ao Papa. O Papa Inocêncio III aprova-lhes o teor de vida. 

No regresso, ficam algum tempo na cidade de Orta. Continuando a viagem, decidem permanecer algum tempo em Rivotorto, onde dispunham de uma pequena e simples casinha que existia para servir os eventuais viajantes, e servir de abrigo temporário.

1210

Os irmãos abandonam Rivotorto, após terem sido molestados por um viajante, e instalam-se na Porciúncula, que ao servir de berço ao grupo de Francisco transforma-se no berço da Ordem Franciscana.

1211

Aparentemente, em meados do ano, Francisco decide viajar até à Síria, mas condições climatéricas adversas cancelam esta missão.

1212

A 18 de Março, na noite de domingo de Ramos, Francisco recebe Clara. Clara com 18 anos, oriunda também ela de uma família nobre e de grandes riquezas, foge de casa nesse dia, para seguir os ensinamentos de Francisco: é a fundação da Ordem das Clarissas. Numa espécie de ritual de consagração, Francisco corta-lhe os cabelos. Clara substitui o seu lindo vestido e as jóias pelo hábito simples de Dama Pobreza, como lhe chamou Francisco. Clara é então acompanhada pelos irmãos até ao mosteiro das beneditinas de S. Paulo de Bastia, a poucos quilómetros de Assis. 

1213

O conde Rolando de Chiúsi oferece a Francisco, a 8 de Maio, o monte Alverne para que ele estabelecesse aí um eremitério.

1215

Em Novembro, Francisco assiste ao IV Concílio de Latrão, em Roma, onde é suposto que se tenha encontrado com S. Domingos.

1216

O Papa Inocêncio III morre a 16 de Julho. Honório III, seu sucessor, é eleito dois dias mais tarde. Talvez tenha sido nessa altura que Francisco encontrou o arcebispo francês Tiago de Vitry.

No verão, Francisco consegue que o Papa aprove uma indulgência para o dia do aniversário da Porciúncula.

1217

A 5 de Maio reúne-se Capítulo na Porciúncula. Primeiras missões para além dos Alpes italianos e além-mar. Francisco pretende ir a França, mas o cardeal Hugolino convence-o a ficar em Florença.

1219

Em Maio celebra-se o Capítulo geral conhecido por "Capítulo das Esteiras", no qual foi decidido enviar irmãos em missões de evangelização à Alemanha, Hungria e Marrocos. 

Nos finais de Junho, Francisco embarca, em Ancona, a caminho de Acre e Damieta.

No Outono dá-se o seu encontro com o sultão do Egipto. Um pouco depois, inicia a sua peregrinação aos Lugares Santos.

1220

Avisado sobre a existência de dificuldades no interior da Ordem, Francisco decide regressar a Itália com Pedro Cattani, Elias e Cesáreo de Espira. Renuncia ao cargo de Ministro Geral e designa Pedro Cattani para o substituir. A pedido de Francisco, o Papa nomeia o cardeal Hugolino como protector da Ordem.

1221

Pedro Cattani morre a 10 de Março e Elias é então nomeado Vigário Geral. A 30 de Maio reúne-se outro Capítulo geral. Primeira Regra, que os irmãos não consideram satisfatória.

1223

A Segunda Regra é redigida por Francisco em Fonte Colombo, no princípio do ano. Esta Regra é discutida no Capítulo geral de Junho e aprovada a 29 de Novembro pelo Papa Honório III.

A 24 e 25 de Dezembro, comemora o Natal em Greccio.

1224

De 15 de Agosto a 29 de Setembro recolhe-se no monte Alverne a celebrar a quaresma de S. Miguel. A 14 ou 15 de Setembro, recebe os estigmas da Paixão.

Em Outubro ou princípio de Novembro regressa à Porciúncula, tendo passado por Borgo San Sepolcro, Monte Casale e Cittá di Castello.

Nos finais desse ano ou princípio do ano seguinte, Francisco inicia uma missão de pregações na Úmbria e nas Marcas. 

1225

De Março a Maio agrava-se a sua doença dos olhos. Quase cego, permanece algum tempo em S. Damião. Em resposta aos pedidos insistentes de Frei Elias, submete-se a um tratamento, que não resultou. No meio de grande sofrimento recebe de Deus a garantia da salvação eterna, e compõe o Cântico das Criaturas.

Conseguindo a reconciliação do podestade com o bispo de Assis, em Junho desse ano acrescenta uma estrofe ao Cântico. Uma carta recebida do cardeal Hugolino leva-o a trocar S. Damião pelo vale de Riéti.

Acolhido em Riéti pelo cardeal Hugolino e pela corte papal, em princípios de Julho dirige-se a Fonte Colombo para se submeter a um tratamento recomendado pelo cardeal; mas a ausência de Frei Elias leva a um atraso no tratamento.

Só em fins desse mês, ou até em Agosto, o médico lhe cauteriza as têmporas. Mais uma vez, esse tratamento não obtém resultados positivos. Em Setembro, Francisco chega a S. Fabião, ao pé de Riéti, onde outro cirurgião tenta curá-lo furando-lhe as orelhas. A vinha do pobre pároco de S. Fabião, destroçada pelas pessoas que iam visitar Francisco, por intercessão do mesmo vem a proporcionar uma vindima ainda mais abundante.

1226

Em Abril pára algum tempo em Sena para novo tratamento. Pára novamente no eremitério de "Celas", em Cortona, onde redige o Testamento. Em seguida regressa à Porciúncula, em Julho ou Agosto. No pino do verão passa algum tempo em Bagnara, numa montanha perto de Nocera.

Perante o agravamento do seu estado de saúde, em fins de Agosto ou princípios de Setembro levam-no para Assis, passando por Satriano. É hospedado no paço do bispo. Mas sentindo aproximar-se o fim da vida terrena, Francisco insiste que o levem para a Porciúncula.

1226

Francisco morre na Porciúncula ao fim da tarde de sábado, dia 3 de Outubro. No dia seguinte, seu corpo sai da Porciúncula em cortejo a caminho de Assis para ser enterrado na igreja de S. Jorge tendo passado por S. Damião para que Clara e suas Clarissas pudessem se despedir.

1227

O cardeal Hugolino, amigo de Francisco, é eleito papa a 19 de Março com o nome Gregório IX.

1228

A 16 de Julho, Francisco é canonizado em Assis por Gregório IX.

1230

A 25 de Maio o corpo de Francisco é transferido da igreja de S. Jorge para a nova Basílica de S. Francisco, construída em sua memória, onde permanece até hoje.

    

 

 

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz,

Onde houver ódio, que eu leve o amor

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão

Onde houver a discórdia, que eu leve a união

Onde houver dúvida, que eu leve a fé

Onde houver erro, que eu leve a verdade,

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança,

 

(extracto da Oração de S. Francisco de Assis)