S. Domingos (1170 - 1220)

 

Impossível falar de Francisco sem evocar Domingos. Os dois são como o pinheiro e o cipestre: espécies vizinhas, linhas opostas e mais harmoniosas quando juntos um do outro.

 

Francisco, o italiano, teve de romper com a juventude leviana. Domingos, o espanhol, entrou jovem e sem choques no mundo clerical. O primeiro fia-se nas intuições do espírito, na bondade dos corações, é avesso a livros e a regulamentos precisos. O segundo vale-se do estudo e estrutura firmemente a sua Ordem, a dos Pregadores (ou Dominicanos), ciente de que também os heróis precisam às vezes de ser refreados.

 

Entretanto, quando Francisco e Domingos se encontraram (supostamente no IV Concílio de Latrão, em 1215), devem ter reconhecido existirem entre eles grandes afinidades: o mesmo regresso ao Evangelho, o mesmo gosto pela pobreza, as mesmas preocupações missionárias. Domingos parte descalço e sem dinheiro, para o meio dos cátaros da região albigense, preferindo as armas da palavra humilde às da Cruzada. Mais tarde enviou os seus irmãos a pregar por todo o Ocidente. 

 

Francisco e Domingos, cada um a seu modo, imprimiram à Igreja medieval uma nova juventude.

 

 

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz,

Onde houver ódio, que eu leve o amor

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão

Onde houver a discórdia, que eu leve a união

Onde houver dúvida, que eu leve a fé

Onde houver erro, que eu leve a verdade,

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança,

 

(extracto da Oração de S. Francisco de Assis)